quarta-feira, 24 de agosto de 2011

XVI Semana Jurídica - Princípios de Direito Privado ( Desembargadora Rosa Nery)


A palestra pode ser dividida em dois momentos: uma breve introdução e a exploração de cinco princípios do Direito Privado. Durante a introdução a expositora conceituou a Ciência do Direito sobretudo o Direito Privado na figura do Direito Civil, traçando comparativos com outras normas jurídicas e bíblicas.
Durante a explanação sobre os cinco Princípios, sendo: Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; Princípio da Imputação Civil dos Danos, Princípio da Autonomia Privada; Princípio da Boa-fé-objetiva e Princípio da Solidariedade, a Desenbargadora utilizou-se de uma linguagem muito clara trazendo a história do Direito Civil e de cada princípio especificamente, assim como exemplos muito claros e objetivos da aplicação de cada um dos princípios na solução de conflitos atualíssimos.
A exemplo o princípio da dignidade da pessoa humana presente não apenas no Direito Civil foi explorado de forma muito ampla inclusive com inclusões de conceitos de São Tomás de Aquino, mas o exemplo do aposentado que em virtude de um contrato de empréstimo tem seus rendimentos reduzidos, inviabilizando sua sobrevivência digna torna muito concreta a importância e utilidade deste princípio para solução de conflitos, assim como sua própria essência. O princípio da boa-fé-objetiva também amplamente explorado, com origem na miscigenação cultural ocorrida na Alemanha, nos convida a lealdade que deve estar presente em nossas ações na vida civil, muito bem exemplificado com o julgado alemão dos produtores de morangos, que demonstra não somente a aplicação da boa-fé-objetiva, mas também a importância alcançar justiça.
Desse modo com certeza despertou interesse em muitos alunos que julgavam o Direito Civil menos apaixonante que outras áreas do Direito, assim como muita curiosidade acadêmica para conhecer e compreender não apenas os conceitos mas a origem de cada instituto.

sábado, 16 de julho de 2011

SEGUNDO POEMA

Sou fúria, e sou heroí.
Sou a dor que destroi.
Sou paciência, e plebeu.
Sou o amor que ardeu.

Sou fantasia, e paixão.
Sou a real desilusão.

Não sei quem sou,
nem mesmo onde estou!

Estou a descobrir,
de onde vim,
porquê parti, e
quem sabe de mim!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

NECESSIDADES IMPOSTAS!!!

my.opera.com
O outro é origem de maravilhas e desastres. Condicionamos muitas vezes nossas decisões, padrões, necessidades, vontades, realizações e felicidade em circunstâncias alheias a nossa vontade, precisamente na vontade do outro, seja esse amigo, família ou um total desconhecido. Fazemos da opinião do outro, de suas perguntas bússolas para nossas vidas, que nos guiaram para oasis e precipícios.

Há alguns dias minha mãe mostrou como as pessoas tendem a enfatizar o aspecto da sua vida ainda não resolvido, buscando estragar deliberadamente seu dia. Claro se você permitir!! E você SEMPRE permite!!!

A técnica é simples e não muda, permanece a mesma para irritar crianças ou adultos, basta perguntar algo cuja resposta será invariavelmente NÃO, e esta condicionada a circunstâncias alheias a sua vontade.

Atualmente a pergunta chave para me tirar do sério é: Esta namorando? Quando acompanhada do maravilhoso consolo: Não se preocupe você ainda tem tempo! (com olhar de pena) Quero simplesmente desenvolver uma bomba seletiva para eliminar todas essas criaturinhas maravilhosas que já pensaram nessas palavras...

Essa é a chave para transformar uma coisa que não era muito importante, na prioridade da sua vida! Com uma simples pergunta reinterada e algumas expressões faciais irritantes, você passa a questionar tudo que possui e concentra-se no que lhe falta, naquele único detalhe resaltado. Nasce assim sua necessidade imposta!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

PRIMEIRO POEMA

Não sei quando,
baixei minhas armas!
Não sei quando,
escondi minha alma!
Não sei quando,
perdi minha calma!
Não sei quando,
fiquei sem fala!

Foi quando...
desisti de mim?
Foi quando...
parei de rir?
Foi quando...
bebi seu gim?
Foi quando...
percebi o fim?

Você...
nunca...
escolheria...
a mim!!!!!



segunda-feira, 4 de abril de 2011

EXPRESSÕES ARTÍSTICAS


arte_anuariocultural
Foto retirada de: http://giftcom.com.br/blog

Tive a ideia para esse texto domingo as 5:30 da manhã enquanto ouvia uma música que nunca tinha ouvido falar, Marvada Pinga - Inezita Barroso, a interpretação de quem cantava estava muito perfeita, nessa e em todas as músicas, cada uma com um clima diferente. Foi a deixa perfeita para começar um turbilhão de ideias, lembranças e conclusões na minha cabeça, mas o surpreendente foi que semana passada algo muito semelhante havia acontecido com uma expressão artística diferente, a pintura, fui na casa de um amigo muito talentoso, que possui um corredor todo decorado com quadros seus, e o tópico da conversa foi teatro.

Acho surpreendentemente belo possuir habilidades artísticas, seja para música, pintura, interpretação, escrita, e quando possivel a junção delas. Habilidade não seria o termo adequado, seria dom. Há alguns anos não me interessava por algumas dessas expressões, achava intediante ou algo assim, mas agora acho que apenas sentia inveja por não ser capaz de me expressar com a mesma habilidade, beleza e coragem.

Aos poucos durante as músicas fui percebendo quantos amigos envolvidos com artes eu possuo, começando com uma pessoa muito especial para mim e minha mãe que faleceu há alguns anos e amava teatro, depois alguns amigos de escola, da faculdade, e somente agora ao reconhecer esse dom em estranhos fui perceber o quanto é valioso e belo, como pode fazer surgir emoções e ideias, aflorar o melhor de você e destacar exatamente o que deseja esconder. Mesmo tendo sido abençoada por estudar em escolas que procuravam despertar nossa sensibilidade artística demorei para realmente entende-la, e espero não precisar de tanto tempo para descobrir com qual das artes irei expressar meus pensamentos, emoções e eternizar meus segredos, assim poderei abandonar essa pequena inveja que sinto dos meus amigos que descobriram como se expressariam e tiveram a coragem de agir e não apenas adimirar e sonhar, o sonho de outro.

sábado, 26 de março de 2011

AMIZADES

São muitos os ditados sobre essa relação humana, um dos mais famosos é: Diga-me com quem andas que eu direi quem tu és. Nunca concordei com esse ditado, acho que é o único ditado que ouço desde criança e não aceito seu significado, sua aplicação, sua essência. Há algum tempo, assisti um filme chamado Garotas Formosas, o filme mostra como duas mulheres totalmente diferentes uma entrovertida e a outra extrovertida são amigas porque possuem a mesma essência, o mesmo desejo pela vida mesmo demonstrando de forma diferente, são amigas pelas semelhanças mesmo que não aparentes, comprovando o ditado popular.

Depois desse filme procurei encontrar as semelhanças entre mim e algumas de minhas amigas, as mais antigas e constantes. Um total desastre somos tão diferentes, cada uma tem uma personalidade única, somos quatro pessoas muito, muito diferentes mesmo. Mas retornando a origem de nossa amizade, percebo que em um ponto, distante, tinhamos muito em comum, mas nossos interesses mudaram, nossa visão do mundo se alterou e por algum motivo conseguimos permanecer amigas, unidas por um laço que não sei se ainda existe. Nesse periodo de transformação vivemos situações próprias, vivemos situações identicas que interpretamos de maneiras diferentes, criamos habitos diferentes, influênciamos umas as outras, assumimos habitos por influência que foram abandonados por quem havia nos influênciado, ouvimos a visão da outra, aceitamos seus argumentos, tentamos coisas que nos arrependemos, descobrimos que estavamos certas, descobrimos que estavamos erradas, percebemos melhor nossa personalidade graças as diferências entre nossas personalidades, tentamos nos cópiar, desistimos de ser parecidas, aceitamos ser quase opostas, enfim aproveitamos cada oportunidade de mudança que nossa amizade nos proporcionou. Aceitamos os defeitos umas das outras, adimiramos as qualidades, e desistimos de algumas coisas, aprendemos que certos assuntos não podem ser discutidos, que certas visões não mudaram com o fato de experimentar um modo novo de agir e nunca mudarão. Isso tudo é o que solidificou nossa amizade e exatamente o que tem nos afastado, nossos interesses são tão diversos, que torna a conversa previsivel, as opções limitadas, pela dificuldade de encontrar um ponto comum, assim como pelo receio dos julgamentos, dos preconceitos daqueles novos amigos, das outras pessoas que nos cercam, e um pouco de nos mesmas. Sabemos que somos diferentes, que pensamos diferente mas não queremos atritos, então suprimimos opiniões, pensamoentos, histórias, habitos que nos são importântes, mas causarão discussões. Amizade não é exatamente isso, poder discutir tudo política, religião, amor, profissão, família, futebol, literatura, música, cinema e o que mais surgir sem medo de julgamentos, de dissabores? Por que buscamos assuntos neutros, quando o que nos move são os controversos?

As atitudes, as escolhas de nossos amigos não determinam as nossas próprias, como saber quem são meus amigos pode dizer algo sobre mim? A amizade existe apenas se tivermos essências iguais?

Amigos influênciam? Com certeza! Mas é exatamente esse o papel da amizade, testar nossos limites, nos permitir experimentar também através do outro.

Fui convencida a amolecer algumas opiniões, experimentar algumas coisas, que me fizeram ter certeza que estava certa. ao menos sobre o que funciona para mim, mas me permitiram não ter mais os mesmos preconceitos, permitiram-me aprender a não julgar. Arrependo-me dessa fase em que esqueci algumas convicções, com certeza cada segundo, provavelmente faria diferente, mas teria a mesma visão que tenho hoje, as mesmas certezas, ou estaria eternamente em dúvida sobre estar certa ou errada? Devo culpar ou agradecer meus amigos?

Não acho justo ser julgada por meus amigos, porque reprovo muita coisa neles, assim como eles devem reprovar em mim. E mesmo que seja influênciada, isso ocorre somente nos limites que eu permito, nossa personalidade sempre prevalece independente do meio, ninguém nos convence de algo a menos que tenha nossa permissão, somente nos podemos fazer nossas escolhas, e as alternativas são apresentadas por amigos, ou de inumeras outras formas.
Preciso ter a mesma oportunidade que eu dei, de discutir assuntos que para mim eram regras estabelecidas, de mesmo defendendo meu lado em um tom mais alto, refletir depois em silêncio, sozinha, continuar dando oportunidade para discusão e fazendo igualzinho, fingindo não ouvir, mas aprisionando cada argumento, cada simples palavra para mais tarde estudar, analizar, nem que fosse para buscar novos argumentos a meu favor. Isso é o que me move, é nisso que encontro satisfação, é assim que exponho um pouco de mim, e conquisto um pouco do outro, isso pra mim é relacionar-se, isso pra mim é AMIZADE!

terça-feira, 22 de março de 2011

DIFICULDADES EM AMAR E SER AMADO

Interessante como sempre desejamos um desafio, sempre nos apaixonamos pela pessoa menos provável, exatamente aquela que simplismente não esta interesada em você e despresamos aquelas que verdadeiramente nos amam, que assim como nós estão buscando o inalcançável.
Sempre achei estranha essa necessidade humana de perseguir, de caçar mas ao mesmo tempo manter o desejo de ser perseguido, ser caçado. Porque desejamos ser presa e predador?
Como é possivel equilibrar essas duas necessidades, para que um relacionamento tenha futuro? Alguém realmente descobriu essa formula? Ou com a idade nos conformamos e desistimos de possuir tudo, e assim nos acomodamos com uma das opções? Tornar-se um eterno caçador e nunca possuir a plenitude de saber que é amado de volta, ou deixar-se vencer, sabendo que talvez nunca seja capaz de amar completamente?

Consideramos as pessoas que nos amam, que demonstram esse amor sem medo ou restrições, muitas vezes fracas, e vulneraveis, despresamos essas pessoas por julga-las sem perceber que estamos julgando a nos mesmos, temos as mesmas atitudes, a mesma entrega quando estamos apaixonados, somos considerados por quem amamos da mesma forma, fracos, vulneraveis, insuficiêntes. Mas se não encontramos esses sinais de entrega, de ausência de medo em quem amamos, nos sentimos rejeitados, infelizes, insuficiêntes, indignos de amor, como podemos ser tão crueis e causar essa mesma dor em outras pessoas?

Nunca gostei de me sentir vulneravel, de me expor a algo que não possa controlar, desta forma enterro meus sentimentos tão fundo que em um determinado momento nem mesmo eu consigo alcança-los, afasto todos que poderão me ferir, me magoar antes que isso aconteça, me imponho a magoa e acabo magoando apenas para possuir um controle, uma falsa noção de invulnerabilidade. Ou seja, afasto a capacidade de amar, e não sendo capaz de amar me torno indigna de ser amada, como acreditar que alguém é capaz de fazer algo que você é incapaz, como reconhecer que o outro é melhor que você?

Sempre me falam que agimos assim até encontrar a pessoa certa, encontrar o verdadeiro amor, aquele que vai nos tornar destemidos, e capazes de demonstrar nosso amor, de ser rejeitado e continuar tentando, não acreditava nisso, mas aconteceu comigo, não consigo perceber quando, ou como, mas me apaixonei. No começo assim como das outras vezes tentei enterrar meus sentimentos, e fui bem sucedida, mas tornou-se impossivel manter enterrado algo que possui vida própria, e aos poucos fui me expondo, mas de forma tão tola, que era impossivel perceber, mas aos poucos aconteceram mudanças, mudanças tão sutis, mas que transpareciam minha vulnerabilidade, então fiquei com medo e tentei recuperar o controle, afastando-me mas em alguns meses, com um telefonema, todo meu controle, minha fortaleza foi destruida. Mas isso me fez perceber que fui extremamente rude, insensivel ao ignorar pessoas que me olhavam com os mesmos olhos marejados de amor, que hoje possuo. Agora percebo que a frase do filme Eu, meu irmão e nossa namorada : "Amar não é um sentimento, é uma habilidade" esta correta. Habilidades exigem treino, e permitem eventuais fracassos. Então: "Amemos enquanto possivel, e esqueçamos quando necessário", rezando para perceber o momento certo para tanto.

quarta-feira, 16 de março de 2011

BOLO DE CENOURA

Hoje estava fazendo Arroz à Grega e para isso ralei uma cenoura, com o acréscimo de uma semana muito nostálgica foi mais que o suficiente para me remetar ao ano de 2004, sétima série do Ensino Fundamental um dia chuvoso com reunião de pais na escola. Nesse momento de total falta do que fazer resolvemos ir na casa da Bruna G.P. fazer um bolo de cenoura, todas muito prendadas na maravilhosa arte da cozinha, pode-se imaginar o episódio.
Primeiro foi a busca pela receita, depois a interpretação da mesma, sofremos um pouco mas conseguimos fazer o bolo, tudo bem que desinformamos quente, colocamos a calda fervendo e comemos em segundos sem nos importar com nenhum desses fatos, inclusive queimando as mãos e a língua. Enquanto esperava-mos o bolo assar pulamos o muro para o terreno do tio da Bruna para apanhar não me recordo se amoras ou jabuticabas enfim foi uma tarde muito divertida das meninas (recordo-me de apenas alguns nomes: Bruna G.P. e  Bruna M.P., Valéria, Leticia, Natalia, mas eramos em 11 se não me engano) foi nesse dia que aprendi a fazer bolo de cenoura. Desse dia em diante sempre que faço bolo de cenoura me recordo deste dia e em especial da Bruna.
Mas hoje devido a nostalgia da semana fui muito além deste dia, lembrei-me de muitos outros momentos vividos com ela, e com as outras meninas, como nossa ida ao shopping assistir ao filme Como cães e gatos, show do Capital Inicial, e meu aniversário. Nesse momento percebi minha total falta de noção, sempre fui muito impulsiva especialmente com as pessoas que considero possuir grande afinidade, mas acabo prejudicando grandemente essas relações, claro que a essa altura perceberam que foi exatamente isso que eu fiz, estão inteiramente corretos.
No meu aniversário impulsivamente acabei fragilizando minha amizade com a Bruna G.P. na época não percebi muito isso, vivia mudando de grupo na escola e algum tempo depois passei a ficar mais com outras pessoas, mas ainda nos falamos aparentemente normalmente, mas alguns anos depois ela acabou indo para outro continente, e perdemos o contato, há alguns anos retornamos o contato e a primeira coisa que ela lembrou sobre mim foi exatamente esse episódio no meu aniversário, fiquei imensamente envergonhada, e decepcionada comigo mesma, manchei para sempre as boas lembranças que ela poderia ter sobre mim, todas essas boas lembranças que eu ainda possuo. Como se muda isso? Especialmente quando o contato futuro tornou-se dificil?
Espero que esse texto ajude, porque realmente foi escrito com carinho, sincero arrependimeneto e esperança de transformar a atual circunstância desta relação que embora não tivesse percebido anteriormente é muito importante para mim, pois vivemos muitas coisas juntas que serão lembradas por muitos anos e espero que transmitidas a meus filhos. Afinal eles irão querer saber como aprendi a fazer um bolo de cenoura.

sábado, 29 de janeiro de 2011

FAMÍLIA

"Todas as famílias felizes se parecem ; cada família infeliz é infeliz à sua maneira." Tolstoi

Tostoi morreu há 100 anos é essa frase que inicia um de seus romances: Anna Karenina; continua mais atual e verdadeira do que nunca. Essa frase descreve milhões de famílias, entre elas a minha.

Minha família atualmente possui dois membros: minha mãe e eu, desde 2003 com o falecimento do meu avô somos apenas nós duas. Meus pais se separaram eu tinha 3 meses, fui criada com meus avós e minha mãe, ela precisou voltar para a casa dos pais, assim eu não ficaria sozinha, eles não eram uma das famílias felizes, isso se realmente elas existem.

Minha mãe sempre diz que minhas lembranças não são exatamente a realidade, que eu guardo o que eu imagino, ou algo assim, mas como eu penso exatamente o mesmo das lembranças dela, que são quase o extremo oposto das minhas, nunca saberemos ao certo já que não existem outras testemunhas da nossa vida. Concordamos apenas que sempre tivemos um relacionamento complicado, tenso e desagradavel.

Minha mãe adora descrever minha personalidade como uma cópia identica do meu pai, com quem ela não consegui conviver nem um ano completo, ou seja, perfeito! Meu avô sempre disse que minha mãe e eu não nós davamos bem porque somos muito parecidas. Não sei mais qual deles está certo, mas antes eu queria ser uma cópia identica da minha mãe admirava ela ao máximo, mas há uns 10 anos eu quero ser o mais diferente possível, o que causou essa mudança foi uma de nossa brigas. Gosto de imaginar nossa relação como uma escada, essa briga eliminou um dos degraus, sabe uma escada continua útil mesmo sem um de seus degraus, mas se eles continuarem a se perder, sua utilidade também, assim como nossa relação.

Agora sinto como se quase não houvesse mais degraus, depois dessa briga tivemos outras 3 brigas significativas, além de muitas outras menores. Segundo minha mãe apenas eu guardo rancor ou qualquer outro sentimento, mas dúvido muito disso, em algumas dessas brigas minha mãe deixou claro que sente que nosso relacionamento esta morrendo, desfazendo-se a cada novo desentendimento.

Claro que culpamos uma a outra, afinal sempre tentamos defender a nós mesmos atacando ao próximo, há dois anos percebi que não vou conseguir seguir com minha vida se não resolver isso, minha mãe diz que sou covarde e acomodada e por isso não sigo em frente sabe, isso é verdade tenho um medo absurdo de conseguir o que eu quero, se hoje eu consegui-se um emprego bom, compraria ou alugaria uma casa e acho que nunca mais veria minha mãe, mas as vezes acho que é exatamente o que precisamos para nós acertar distância. Mas me apavora, a primeira possibilidade, quer dizer morando juntas já vivemos como duas estranhas, quase não nós vemos e nos evitamos boa parte do tempo, qual a probabilidade de separadas isso mudar??? Meus filhos iriam conhecê-la???

Sempre que conversamos, ou melhor berramos uma com a outra sobre esse assunto, minha mãe enfatiza que não guarda rancor, que eu me afasto, que eu decidi afastá-la da minha vida, que eu não me abro, que eu adoro dizer que a vida é minha, que eu me irrito fácil, enfim que eu sou a responsável pelo que acontece, claro que eu não acho nada disso, bem um pouco, mas eu não posso ser a única responsavel, posso???

Não consigo ver essa possibilidade, eu teria que ser a criança de 3 anos mais apavorante do mundo, porque ao que me lembre nossa relação tem basicamente a mesma dinâmica desde meus 3 anos, isso é possivel uma criança de 3 anos determinar tanta coisa? Se pode eu nunca quero ter filhos!!!

Eu sempre fui assim? Ou me tornei fechada e irritavel, para me defender, sabe sobreviver a rotina? Deus, eu não posso ser tão ruim assim, ninguém pode! Mas eu me sinto assim, a pior das criaturas viva, nesses momentos eu quero me mudar pra uma caverna no fim do mundo, onde não teria contato com ninguém, assim não machucaria ninguém. Acho que nesses momentos realmente me afasto, embora fisicamente não me mude para a caverna, eu a crio dentro de mim, cada vez que me sinto assim eu sinto que mais um pedaço de mim entra nessa caverna, que mais um pedaço de mim me abandona.

Têm alguns meses que estou pensando seriamente em procurar ajuda, conversar com alguém, mas não acredito em psicologos, não tenho um guia religioso, sabe uma relação próxima com algum padre ou pastor que auxilie e falar com um completo estranho, não consigo me sentir a vontade. Tentei falar com minhas amigas, mas elas estão enfrentando as próprias crises, e não compreendem esse meu relacionamento com minha familia, antes eu me abria mais facilmente, bom na verdade não, eu só não precisava ser ouvida de verdade me sentia melhor só de falar, e não ligava de falar porque não percebia ou não ligava em deixar os outros constrangidos em me ouvir e não conseguir fazer nada, nem sequer me entender, não ligava de chorar na frente de algumas pessoas de me mostrar vulneravel, mas agora esse escape não funciona, ou não é mais possivel, não quero me mostrar vulneravel, fragil, não quero que ninguém perceba isso, mas não consigo esconder. Antes eu sabia exatamente quem eu era, quem eu queria ser, e embora ligasse para o que os outros pensavam, me sentia bem comigo, eu era suficiente pra mim sei lá. Não sei exatamente quando, mas acho que desde 2003, eu não basto, não estou satisfeita comigo mesma, e a opinião dos outros me afeta de uma forma que eu não consigo lidar, eu passei a ter medo de tudo, passei a tentar me remoldar, a me adaptar, a satisfazer o ideal dos outros e fiquei frustada, infeliz porque não sou o suficiente nem para os outros nem para mim.

Quando meu avô morreu percebi o quanto eu fui insuficiente, enquanto tentava me proteger da guerra fria instaurada em casa eu o magoei, e como fui egoísta, rude e má, e como seria impossível mudar isso porque ele estava morto,desde então sinto isso o tempo todo, com todos com minha mãe, com meus amigos, com meus ex-namorados. Meu Deus eu sou uma má pessoa mesmo, é isso que eu estou concluindo, eu maltrato todos que se aproximam, eu testo seus limites tentando provar que estou certa em não confiar, porque vão me ferir, que eu acabo criando exatamente isso, eu magoou tanto as pessoas que elas se cansam de mim, que elas se afastam, sei lá...

Tem um turbilhão de coisas dentro de mim, eu sinto que estou entrando em erupção, que vou explodir, faço essas tempestades, então me acalmo, antes por meses agora por semanas ou dias, eu me sinto inutil, insuficiente, incapaz, sinto que tudo é impossivel, então me vejo fazendo cada vez menos, me vejo me deixando prender por rotinas sem sentido e improdutivas e então me sinto culpada por isso e o turbilhão volta e eu não sei o que fazer, com quem falar, como agir.

Eu sou uma inutil, eu não consigo me dedicar a nada, eu decepciono as pessoas e a mim mesma, só com o fato de continuar a abrir os olhos pela manhã, eu choro horas e horas, e imagino as mudanças que deveria fazer, e depois eu durmo, e durmo e tudo se perde. Ninguém pode ser capaz de gostar de mim, se nem eu sou capaz...

Eu consigo escrever por duas horas, mas não sou capaz de falar com ninguém sobre isso, sobre todas essas coisas que me aflingem, eu não consigo ser sincera e aberta nem comigo. Não aceito criticas, não aceito ajuda, devo ser maluca como minhas tias, como minhã mãe sempre diz que sou...

É loucura escrever isso aqui, nunca vou permitir que ninguém leia, mas assim não vou rasgar e jogar fora como normalmente faço, ou será que deveria permitir que alguém leia, que assim me entenda. Queria ser um urso e hibernar o restante da minha vida.

Essas primeiras linhas foram escritas ao longo dos anos, tendo seu último acréscimo inserido em 2013. Longos três anos se passaram e hoje 28/12/2016 parece que nem um segundo se passou depois que coloquei o último ponto final nessa narrativa banhada a lagrimas. Inúmeras outras discussões, brigas, agressões existiram culminando na minha expulsão de casa com a frase "não quero mais você na minha vida", que resultou em uma dor absurda, mas inacreditavelmente após a única conversa significativa que tive com meu pai, que em um momento da mais absoluta humanidade disse que "essa é a melhor coisa que sua mãe poderia fazer por você, obriga-la a crescer". Esse momento permitiu que algo em mim se acalmasse que a dor diminuísse, não por muito tempo porque mesmo afastadas encontramos a cada mês novas formas de nos magoar, de nos ferir, de retiramos uma da outra mais um pedaço, de excluir mais um degrau. Acontece que já estamos em uma altura que ou encontramos uma forma de criar novos degraus, ou ficaremos presas para sempre nesse mesmo ponto, porque todos os degraus anteriores se perderam...
Há duas semanas, dia 14/12, liguei para minha mãe em "uma manhã despretensiosa de quarta-feira" e de alguma forma que após duas semanas não consigo compreender a conversa acabou com a bela declaração da minha mãe de que "tudo que depende de mim não dá certo", o incentivo do século!!! Mas piora, após me sentir ferida e exigi exemplos e me foram dados três: Uma tomada que não consegui resolver o problema, a porta de entrada para a laje que fiz milagre em instalar sozinha, e o pior de todos uma porta que foi necessária a troca depois que minha mãe a arrombou para me agredir, enquanto eu dormia. E pior a porta está sendo usada há 12 anos, mas aparentemente minha insatisfação enquanto fazia o trabalho não é bem aceita...
Então uma semana depois no dia 22/12 após atender uma cliente que tem sérios problemas com os filhos, sinto uma vontade gigantesca de ligar para minha mãe, mas ainda ferida sempre desisto da ideia, e assim a vida acontece por algumas horas, e as duas partes de mim lutando: o amor e meu instinto de sobrevivência, eis que o telefone toca e é minha mãe que deseja que eu veja uma cabeceira de cama, enfim a conversa super superficial, desligo o telefone decepcionada, mas devo um retorno ou me sinto obrigada a isso e ligo para informar que a cabeceira é bonita, mas que não quero...
Pior decisão do ano, aparentemente não querer essa cabeceira, ou uma cabeceira significa que preciso de tratamento médico porque reflete uma impossibilidade de progredir na vida e inúmeras outras coisas que não consegui compreender porque disparei de chorar...
Infelizmente esses episódios estão me consumindo, todos os dias em algum momento, em outros todos os momentos sinto uma angustia, um sentimento que não consigo descrever ou compreender...
Mais uma vez passei o natal sem família, em 28 anos não consigo recordar de um final de ano sem incidentes na minha família, sem drama, pesar e rupturas...
Estou vivendo esse momento sozinha, porque tenho vergonha de contar aos meus amigos a mais recente versão da mesma coisa de sempre, tenho vergonha de falhar em resolver esse problema, tenho vergonha...
Minhas forças, qualquer estrutura emocional que existiu um dia, se existiu, oficialmente não existe mais... A última vez que me senti tão distante da humanidade foi naquele incidente da porta, que causou uma mudança dentro de mim e me deixou perdida por 12 anos.
Meu desejo é de ruptura, de mudanças drásticas...Mas isso significa abandonar a única família que me resta, alguém que bem ou mal esteve ao meu lado durante toda minha vida, que me alimentou,  me vestiu, pagou meus estudos, e me serviu de exemplo, modelo, e por um bom tempo referência, me deu um teto e segurança. Como eu faço isso, sem ser a pessoa mais ingrata do mundo??? Mas onde eu posso encontrar força pra sobreviver a essa dinâmica que se repete infinitamente?? Como supero esse peso que rouba minhas forças, que esgota minhas energias, que faz eu ser a pior versão de mim???

E a saga continua. Depois de algumas semanas em absoluto silêncio, no dia 04/01 uma quarta-feira, voltei a odiar quartas-feiras, minha mãe me liga querendo orientação quanto a uma situação com a vizinha, conversamos normalmente, e infelizmente minha curiosidade faz com que eu ligue mais tarde para saber o resultado, aparentemente essa era a deixa para que a seguinte interpretação fosse extraída "estamos bem". Interpretação extremamente equivocada, nunca estivemos tão mal...
No mesmo dia mais tarde, ou no dia seguinte ela me liga para falar sobre uma pardal, andorinha sei lá uma ave que pode ou não ter perdido os filhotes e estar deprimida, queria abrir um buraco e gritar a até perder a voz, mas ouvi e minimamente participei da conversa.
Na sábado minha mãe liga solicitando que a leve no pronto socorro, em alguns minutos chego em sua casa para ouvir uma sessão de reclamação interminável, e saímos para o pronto socorro, acontece que no meio do caminho ela desiste e quer ir a farmácia e ao supermercado, nesse trajeto ela reclamou da velocidade que ia, de onde estacionei e de como ela precisa se segurar para andar de carro comigo, juro que precisei contar, respirar, fazer pressão nos dedos e tudo mais pra não explodir. Cheguei em casa consumida, exausta, angustiada, vazia...
O mesmo acontece na terça-feira, mas dessa vez vamos ao pronto socorro, novamente uma reclamação sem fim... depois de quase três horas saímos sem resultado de exames e com mais reclamações de como a medicação não serviu de nada. Novamente chego em casa angustiada, magoada, estressada, vazia, agitada, explodindo...
Então quinta-feira resolvo retornar uma ligação perdida, e mais uma sessão interminável de reclamação, de estava com fome, não te encontrei, precisava comer, em um tão de reprovação. Procuro o telefone de um médico agendo a consulta, procuro orientações sobre a possível doença, saio em busca da possível solução, e vou até sua casa, para mais reclamações, faço café, lavo louça e venho para casa. Adivinha??? Sim agitada, magoada, exausta, com o coração pesado, cheia de decepção comigo de como posso estar magoada nesse momento, e fico revirando pela casa, lavo louça, lavo o chão da cozinha, guardo a roupa que secou, lavo o banheiro, reviro na cama e quase quatro horas da manhã finalmente durmo. Acordo às oito da manhã estressada  por medo de ter perdido a hora, com o intestino revirando, e saio de casa... Chego na casa de minha mãe ela parece ter chorado, reclama, reclama, reclama... e saímos, alguns comentários, algumas caras, algumas respiradas chegamos a porta do consultório, críticas, aguardamos a consulta e saímos, mais algumas caras, respiradas e reclamações... Então saíndo de uma vaga me atrapalho e pronto críticas, tento manter a calma e explicar que não dirijo muito, não me sinto a vontade e suas críticas pioram a situação... Mas novas críticas, porque ando muito próxima ao canto, onde há um desnível e o carro entorta e ela sente dor. Ok, a reclamação é pertinente, mas a forma como foi feita, somada a tudo mais, somado ao fato que perdi a conta de quantas vezes ela reclamou porque estou muito no meio da rua, somado ao sono, a fome, a tudo eu explodo. E digo que parei minha vida pra judar, que estou com raiva, que é melhor ela não testar minha paciência... Sinceramente nem sei o que ela disse depois disso, ou se disse alguma coisa, mas minha raiva foi aumentando e quando vi estava berrando que ela deveria estar acostumada afinal "tudo que depende de mim não dá certo" e sai pisando duro...Fui as farmácias fiz o orçamento dos remédios, comprei, fiz o orçamento dos exames e fui até sua casa, ainda nervosa, mas arrependida, me sentindo a pior das criaturas do mundo ela estava dormindo.
Voltei para casa, e estou há cinco horas chorando e me sentindo a pior das criaturas da face da terra, muito embora ainda com raiva...
Eu sei que é minha obrigação cuidar dela, afinal ela já fez tanto por mim, e não me importo, mas a forma como ela acha que suas palavras não me abalam, que eu não estou destruída, que eu não mereço desculpas, ou um foi mal peguei pesado, ou algo assim...A forma como ela me trata como se eu fosse uma total incompetente e estivesse mais atrapalhando do que ajudando. Segundo ela eu faço exatamente isso sempre, mas com quem será que aprendi??
Perdi as contas de quantas vezes ela criticou a família do meu pai e a mim, porque não sabemos ficar calados que "se não tem nada de bom para falar, cala a boca!!!"
Mas ela não segue seu próprio conselho de forma alguma...
Enfim aqui estou eu repassando minha atitudes, vendo o quanto fui cabeça quente, acreditanto firmemente que eu deixei minha mãe ruim, com minhas más vibrações...